11.05.2009 - 21h51 Susana Almeida Ribeiro in Publico Online
"O Facebook está actualmente no centro de uma polémica. A rede social é acusada de não eliminar grupos que promovem a negação do Holocausto nazi. Durante o fim-de-semana, os administradores do Facebook tiveram que enfrentar as críticas de vários utilizadores e em particular de Brian Cuban, um advogado de Dallas que tem levado a cabo uma campanha para que o Facebook remova esse tipo de grupos que promovem um discurso de ódio na rede social.
Apesar desses grupos serem pequenos e terem pouca expressão no Facebook, ainda assim a rede acolhe no seu seio mensagens típicas de grupos neonazis, que louvam a supremacia ariana, as suásticas e o regresso dos campos de concentração, dos quais mostram fotografias, indica o “The Guardian”.
Um dos grupos presentes no Facebook, que diz que o Holocausto é “uma série de mentiras”, difunde mensagens sugerindo que os alemães foram manipulados pelos interesses judeus, ao passo que noutra ponta da rede social um outro membro escreve que os judeus são “cobras” e “mentirosos”. Em resumo, trata-se de mensagens ofensivas que, na maioria dos países europeus, seriam banidas.
Durante os últimos dias, o Facebook tem respondido às críticas de uma forma que mais parece atiçar a polémica, em vez de a serenar. Num mail trocado com a rede social, o advogado Brian Cuban divulga a resposta da empresa: “Somos sensíveis a grupos que ameaçam as pessoas com violência, e esses grupos são eliminados. Também removemos grupos que expressam ódio face a indivíduos e grupos que são apoiados por organizações terroristas conhecidas. Porém, não deitamos abaixo grupos que escrevem contra países, entidades políticas ou ideias”.
Por seu lado, o jornalista Chris Matyszczyk, do CNet, também publicou uma resposta fornecida por um dos porta-vozes do Facebook, Barry Schnitt: “Basicamente, nós repudiamos os ideais nazis e consideramos que a negação do Holocausto é uma coisa repulsiva e ignorante. Porém, acreditamos que as pessoas têm o direito de poderem discutir estes temas e queremos que o Facebook seja um local onde as ideias, mesmo as controversas, possam ser discutidas. Claro que impomos alguns limites”.
Esta ambiguidade irritou o advogado Brian Cuban e originou uma pequena “tempestade” de protestos por parte dos utilizadores, que acusam o Facebook de hipocrisia, argumentando que não têm qualquer espécie de dúvida ao eliminarem fotografias de mulheres a amamentar os filhos mas toleram grupos que seriam ilegais em muitos países. Se a rede social tem uma equipa de chamados “polícias da pornografia” para monitorizar e controlar fotografias consideradas “arriscadas”, porque é que a rede social não oferece o mesmo tipo de esforço ao policiamento de mensagens racistas e xenófobas? De acordo com o “The Guardian”, esta polémica é um produto acabado dos conflitos internos dos Estados Unidos da América com a moral. O país tem pouca tolerância com conteúdos pornográficos, mas garante como “liberdade de expressão” mensagens violentas e racistas. Um país que pára ao vislumbre de um mamilo, mas que não censura imagens de guerra."
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